Apenas 7% das empresas se consideram líderes em compliance

Nas últimas décadas, o compliance consolidou-se como parte integrante da governança corporativa. A PwC aponta que a maioria das empresas já estruturou áreas dedicadas, seja de forma centralizada ou distribuída, com envolvimento crescente da alta administração na revisão e aprovação de políticas de integridade. No entanto, a existência de estruturas formais não significa, por si só, alcançar maturidade.

Segundo a pesquisa, apenas 7% das empresas se consideram líderes em compliance, enquanto 38% aspiram chegar a esse nível nos próximos três anos. Isso indica que menos de uma em cada dez organizações enxerga seus programas como referência e que, para a maioria, ainda há lacunas significativas em processos, cultura e integração tecnológica.

O cenário atual pode ser descrito como de compliance intermediário: funções estabelecidas, mas ainda distantes de se tornarem eixos estratégicos do negócio. O desafio é avançar da formalização para a maturidade — o que envolve conectar compliance à estratégia empresarial, adotar métricas consistentes, fortalecer a cultura organizacional e, sobretudo, utilizar dados de forma sistemática para antecipar riscos regulatórios.

A pesquisa mostra que a tecnologia é o fator decisivo nesse processo. Organizações que já utilizam automação, analytics e inteligência artificial relatam ganhos consistentes em visibilidade de riscos, velocidade de resposta e qualidade das decisões. O monitoramento contínuo tem sido um divisor de águas nesse sentido. Em vez de depender de relatórios mensais ou auditorias realizadas apenas depois que os problemas já ocorreram, ou de equipes que precisam abrir dezenas de sites por dia para verificar mudanças normativas, as empresas passam a acompanhar em tempo real, de forma centralizada, obrigações, transações e indicadores de risco. Na prática, isso significa identificar falhas ou movimentos regulatórios no momento em que acontecem — e não semanas depois —, permitindo correção imediata, redução de custos de retrabalho e maior confiança das instâncias decisórias.

Essa evolução evidencia que a maturidade em compliance não depende apenas da existência de estruturas formais, mas da capacidade de transformar essas estruturas em sistemas preditivos, integrados e estratégicos. O caminho para deixar de estar entre os 93% que ainda não são líderes passa, necessariamente, por tecnologia e monitoramento inteligente.

📊 Fonte: PwC – Global Compliance Study 2025