Do ruído à estratégia: como transformar alertas em influência real.
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A sobrecarga de informação é hoje um dos principais entraves à tomada de decisão. Segundo o relatório Human Capital Trends da Deloitte (2023), 67% dos líderes afirmam que o excesso de dados compromete sua capacidade de tomar decisões estratégicas em tempo real.
No universo regulatório, o cenário não é diferente. Apenas no Congresso Nacional, são apresentadas, em média, mais de 1.300 proposições legislativas por mês, de acordo com dados da Agência Senado. E isso sem contar normas infralegais, atos administrativos, agendas públicas e movimentações institucionais que afetam diretamente setores específicos.
Diante desse volume, insistir em tratar tudo como prioridade resulta em paralisia. Por isso, a atuação de quem leva inteligência regulatória a sério é orientada por cinco princípios:
- Monitorar com abrangência, agir com precisão
Cobertura ampla é essencial, mas sem critérios claros de risco, timing e prioridade, o monitoramento se torna sobrecarga. - Ler padrões, não apenas alertas isolados
O valor da inteligência está na capacidade de reconhecer tendências, ciclos e articulações que se repetem ao longo do tempo. - Observar atores e agendas, não apenas textos
Nenhuma proposição se movimenta sozinha. Identificar os articuladores e compreender os interesses por trás das pautas é o que possibilita antecipação. - Filtrar com base no contexto político e setorial
Uma mesma atualização pode ser irrelevante para um setor e decisiva para outro. O filtro deve ser construído com conhecimento do cenário e do impacto específico. - Usar tecnologia para organizar, priorizar e decidir com método
Plataformas que centralizam dados regulatórios (como diários oficiais, projetos de lei e agendas institucionais) devem ser usadas não apenas para alertar, mas para estruturar a análise e apoiar decisões estratégicas.
No final, a diferença entre acompanhar e influenciar está na forma como a informação é interpretada e transformada em ação. Inteligência regulatória não é apenas saber o que está acontecendo, mas agir no momento certo, com base no contexto, antes que a margem de manobra desapareça.